sexta-feira, 27 de novembro de 2009

TEMPO DE PAZ

Uma alma penada me grita por trás do vidro da janela.
Olha-me e vê que me perdeu. Não me levará ao mundo dos tormentos enebriantes.
Não vou, ao menos agora.

Eu tento curar a profundidade com uma rasa paz inventada.
E me dói essa fuga de ver os mistérios horripilantes do mundo.
Quando se conhece, não se volta.
Mas engano a alma tocada de angústia com dias de sol e pouco tempo para pensar.

sábado, 6 de junho de 2009

Sábado à Noite

Cidade cheia e vazia. Gente, dor e sentimentos que não se valem. Estou na noite preciosa de meu sábado e penso que tudo é isso é tão pouco que é quase nada e tem um vão ressentido. Como tudo que carece de sentido.

Depois da semana do trabalho que não compensa e tem forma de espiral quase infinita, chega o esperado fim. De semana. Não por nada em especial, mas simplesmente porque se tem que esperar alguma coisa. É preciso inventar fins. Para se ter aonde chegar e parase crer no recomeço.

O respiro do fim vai a toque de caixa vazia no vento forte. O sábado que começa seguro de si escorre e depois despenca janela abaixo do apartamento. Ele se espatifa no chão e eu o admiro com a disposição mórbida de quem tem culpa.